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Trânsito
Fonte: Diario da Amazônia - Em Trânsito - 28/03/2019 05:42:00 hrs 131p3w
Batizada de Rodovia Álvaro Maia, aberta em 1969 e inaugurada no dia 27 de março de 1976, ainda no Regime Militar, seguindo o lema de “integrar para não entregar” a BR-319 completou ontem 43 anos de sonhos, alegrias, tristezas e esperanças quanto à integração dos povos amazônicos com os demais Estados do país.
Rodovia de domínio federal, liga as cidades de Manaus (AM) e Porto Velho (RO), sendo a única ligação rodoviária disponível entre Manaus e o estado de Rondônia, com todo o restante do Brasil, num total de 885 quilômetros, a BR 364 hoje é sinônimo de poeira no verão amazônico, com possibilidades de tráfego, mesmo com o barro tomando toda a estrada e, no inverno, de atoleiros imensos, que triplicam o tempo de viagem em determinado trecho e tornam completamente inviável qualquer viagem entre dois lugares.
Uma das mais importantes estradas do Brasil, a BR-319 ainda sofre com a falta de asfaltamento, impedindo não apenas a chegada mais veloz de mercadorias às outras regiões, mas também uma ligação definitiva entre a Amazônia e o país.
Quarenta e três anos já se aram desde a inauguração, e a palavra integrar, lá do início, parece ter virado utopia, pois a rodovia foi entregue à própria sorte, está abandonada e rodeada de impedimentos criados para dificultar a restauração.
Asfaltada de Manaus até a comunidade de Igapó-Açu, no sentido Norte-Sul, e de Porto Velho (RO) até a Vila de Realidade (AM), no sentido Sul-Norte, é exatamente no meio do caminho que a situação se complica. Entretanto, 405,7 quilômetros separam Amazonas e Roraima do restante do Brasil: “o trecho do meio”, entre Igapó-Açu e Realidade. É exatamente neste trecho onde famílias ficam isoladas na maior parte do ano, não podendo sair nem chegar, numa verdadeira situação de abandono do poder público, que insiste em não vê-los como cidadãos dignos de respeito e atenção.
Se para a população que mora ao longo da rodovia a pavimentação trará um novo alento, para o setor produtivo a reconstrução da BR-319 será um marco de um novo tempo.
Para o presidente da Fecomércio/RO e vice-presidente da CNC, Raniery Araújo Coelho, a recuperação da BR-319 é fundamental para a expansão econômica entre os estados de Rondônia e Amazonas. “Defendemos a recuperação dessa importante via. De fato é uma obra muito importante para a economia do nosso Estado, pois vai permitir a interligação da nossa capital a Manaus e consequentemente às demais regiões do país. Temos acompanhado as discussões a respeito da obra, envolvendo questões ambientais, mas continuamos na luta para que o projeto saia do papel e venha beneficiar todos os lados”, afirmou.
Para Fiero, a BR-319 potencializa a economia rondoniense. Para a Federação das Indústrias de Rondônia (Fiero), reasfaltar a BR-319 no trecho Porto Velho Manaus e integrar a região é proporcionar a ampliação das trocas comerciais entre Rondônia e Amazonas. “A partir do momento que for restabelecido com normalidade o tráfego na rodovia – como já ocorrera no final dos anos 1970 e até meados da década de 1980 – abre-se imediatamente um mercado consumidor de cerca de dois milhões de habitantes aos produtos de Rondônia, notadamente a carne e o pescado”, destaca o presidente da entidade, Marcelo Thomé.
É por isso, acentua o dirigente empresarial, que a Fiero sempre somou com aqueles que lutam pela restauração do tráfego na BR-319, por entender que além de restabelecer o direito de ir e vir de milhares de cidadãos, a rodovia é fator de integração regional e potencializa a economia rondoniense.
O senador Acir Gurgacz (PDT) vem liderando o enfrentamento político pela recuperação da BR-319 desde 2009, quando assumiu uma cadeira no Senado Federal. Naquele mesmo ano, Acir participou dos esforços para viabilizar a pavimentação do trecho de 200 quilômetros de Porto Velho (RO) a Humaitá (AM) e questionou o embargo da obra no trecho do meião por supostas irregularidades do licenciamento ambiental.
Para o senador, a questão ambiental é usada como pano de fundo para ocultar outros interesses locais e internacionais de isolamento da Amazônia. Para demonstrar que a repavimentação da rodovia é necessária e viável, o senador Acir Gurgacz realizou três diligências através das comissões de Infraestrutura e Agricultura do Senado, que resultaram na retomada das obras de manutenção da rodovia. “Através dessas diligências conseguimos mostrar para o governo federal que essa é uma obra necessária para a integração da Amazônia, que poderá ajudar inclusive na proteção da floresta, e que será um caminho importante de escoamento da produção agropecuária de Rondônia”, salienta Acir.
O senador reforça que após essas diligências as obras de manutenção da rodovia foram retomadas, permitindo o trânsito de veículos em todo o seu trajeto até mesmo no período das chuvas. Além disso, a reconstrução da rodovia ou a ser tratada diretamente com os ministros e muitos pontos obscuros foram esclarecidos.
“Nós conseguimos reabrir essa rodovia em 2013, logo após uma diligência que realizamos. Muitas pontes foram reconstruídas. O Dnit fez a recomposição de praticamente todo o leito da pista de terra no trecho do meião, com instalação de bueiros de concreto em muitos pontos, permitindo a trafegabilidade no período das chuvas após 20 anos de isolamento, e agora, o nosso grande desafio é fazer a repavimentação desse trecho de 405 quilômetros do meião da floresta”, frisou Acir.
Recentemente, o senador cobrou dos ministros dos Transportes, da Justiça, e do Meio Ambiente, o alinhamento dos órgãos do governo federal para concluir de uma vez por todas o licenciamento ambiental e as obras de pavimentação da BR-319, que liga Porto Velho a Manaus.
Um levantamento feito pela Comissão de Infraestrurura do Senado, apontou que a burocracia e alterações injustificadas nos termos de referência foram alguns impedimentos para a finalização dos estudos.
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